Justficar que há cerca de cinco meses que não publico neste meu blog, o facto deve-se ao trabalho intenso que desenvolvi no âmbito do projeto Envolvências Locais integrado na Bienal de Artes Plásticas de Coruche - Percursos com Arte - 2017.
Publico neste post o texto de enquadramento da intevenção Entre Pontes e algumas fotografias de várias autores, as quais foram colocadas no facebook.
"Título: Entre - Pontes
Autor: Paulo Fatela
Materiais: sisal, pano cru, dracalon e outros
Colaboradores: 807 (dos 3 aos 87 anos de idade), 29 instituições: associações, coletividades e grupos.
À semelhança das edições de 2013 e 2015 da Bienal de Artes Plásticas / Percursos com Arte – Envolvências Locais, acontece mais uma intervenção artística com o propósito de envolver a comunidade em geral. Desta vez, para além de ser transversal a todas as gerações, também foi pensada para que fosse desenvolvida de forma mais envolvente, considerando que não foi só solicitado o saber fazer mas também a criatividade dos participantes, ficando assim expressa a democratização do projeto, através de mais exigência de competências individuais e de grupo.
A diferenciação deste projeto relativamente aos anteriores também tem a ver com o equilíbrio de género dos colaboradores, bem como com a diversificação ao nível de formação, desde os autodidatas, os que têm conhecimento empírico e os que têm formação académica superior no âmbito das artes plásticas, arquitetura, design ou outras.
As participações não surgem só no âmbito individual: as instituições, associações, coletividades e grupos têm, igualmente, uma expressão relevante neste projeto.
De referir que há colaboradores das seis freguesias de Coruche (União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra, Santana do Mato, Lamarosa, Couço, Biscainho e Branca).
Assim, na intervenção artística desenvolvida houve 807 colaboradores e 29 instituições: associações, coletividades e grupos.
Foram concebidas e produzidas 401 peças em forma de peixe (com 0,80x0,30m), cuja base foi uniforme, o que permitiu que cada autor e/ou grupo as desenvolvesse como peça única e de conformidade com onze temáticas associadas à nossa identidade: gastronomia, trapologia, malhas, figuras de Coruche, património edificado, trajes tradicionais, charneca, lezíria, e tauromaquia. Paralelamente foram produzidos 540 m2 de rede de pesca, cuja quadricula de malha é de 0,10 m2.
O rio Sorraia foi, durante o século XX (anos 30), sustento de algumas famílias. Homens e mulheres faziam redes e cestos de pesca e pescavam sáveis, lampreias e outras espécies piscícolas nas águas do Sorraia.
No passado recente e no presente o rio Sorraia foi e é utilizado para a prática da pesca desportiva. Partindo destas premissas surge a intervenção artística, que pretende valorizar o espaço em que se insere, apoiando-se numa noção de site-specífic, criando uma ligação entre a obra e o espaço que a envolve, materializando-se através de redes de pesca produzidas manualmente, em remissão ao passado, agregadas às pontes Teófilo da Trindade e pedonal e entre elas um conjunto de estruturas em analogia às canas de pesca. O todo toma a designação de Entre Pontes."
Fotografias da montagem da Entre Pontes:
Uma das equipas de Bombeiros que colaboram nas montagens das peças na ponte Teófilo da Trindade e do açude
Fotografias da intervenção artistica Entre Pontes: