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Paulo Fatela

Blog sobre artes, ofícios, paixões e diversas questões

Paulo Fatela

Blog sobre artes, ofícios, paixões e diversas questões

Cobertor de papa / manta lobeira

Perto da Guarda, uma região cuja produção têxtil foi impulsionada pelo Marquês de Pombal, a aldeia de Maçainhas já viveu da fabricação destes cobertores outrora muito populares. Fundada em 1966, a Fábrica de Cobertores de José Freire é hoje a última no país a produzi-los. Sazonalmente, no Verão, a lã churra, grossa e comprida de ovelhas locais, é fiada e tecida num velho tear inteiramente manual. Vai ao pisão para lavar e feltrar, depois à máquina de cardar, que lhe puxa o pelo, sendo por fim esticadas para secarem ao sol. Só assim se obtém o verdadeiro cobertor de papa, consistente e muito quente, seja de cor lisa ou padrão colorido, com o seu característico pêlo comprido.

http://loja.avidaportuguesa.com/…/cobertor-de-papa-branco-c…

 
Foto de A Vida Portuguesa.

Bienal de Artes de Coruche - 2015

As instalações artísticas, em estruturas metálicas de grande dimensão (tipo outdoor), têm por base o património local, cultural e natural, passando pela história, arquitetura, etnografia, biodiversidade, entre outros, "numa mensagem de valorização e divulgação do território", sublinha a Câmara Municipal de Coruche, que promove a iniciativa através do Museu Municipal.

"Aos artistas foi lançado o desafio de criarem uma estrutura com seis metros de largura e três metros de altura, com um tema que deverá ir ao encontro das mais-valias do concelho, sejam elas históricas, naturais ou patrimoniais", disse à Lusa a responsável pelo gabinete de comunicação do município.

O júri constituído por um elemento do executivo municipal, pela coordenadora da licenciatura de Artes Visuais e Tecnologias da Escola Superior de Educação de Lisboa e pela técnica superior do Museu Municipal de Coruche, mestre em Design e Cultura Visual, vai selecionar os projetos que estarão a concurso (num máximo de dez), sendo que o prémio "Distinção Bienal de Coruche -- Percursos com Arte", para o melhor trabalho, tem o valor pecuniário de 4.000 euros.

A Bienal de Coruche surgiu em 2003, tendo na edição de 2013 evoluído para o formato de arte urbana, com as obras a concurso a serem exibidas num percurso do centro histórico.

Tal como na última edição, também este ano o município decidiu aliar ao concurso (que tem um âmbito nacional) uma iniciativa que está a mobilizar a população do concelho.

Designada "Envolvências Locais", a iniciativa -- uma intervenção artística em malha na Praça da Liberdade - envolve neste momento um milhar de pessoas e duas dezenas de instituições do concelho, tendo sido já utilizados 900 novelos e 171 mil metros de fio nos trabalhos que têm vindo a ser realizados por pessoas dos 3 aos 89 anos, disse Ana Marques à Lusa.

A intervenção, com o título "Vestida de Lobeira", tem por tema a tradicional manta lobeira e o desafio é aliar a identidade local à inovação, adiantou.

O evento será acompanhado de uma exposição de fotografia de 20 fotógrafos locais, amadores e profissionais, sob o tema genérico "Coruche", que estará patente no mesmo percurso definido para o concurso, no centro histórico da vila.

Do programa farão parte também um espaço expositivo com o nome "Espaço Malhas", de enquadramento sobre a história dos lanifícios e os processos de produção, que incluirá sessões com artesãs da região a trabalhar ao vivo e colóquios sobre esta temática, bem como espetáculos na abertura e no encerramento da Bienal.